quinta-feira, 10 de março de 2011

O QUE NÃO FAZER AO COMEÇAR A MALHAR


Estudos mostram que o simples fato de uma pessoa começar a praticar atividade física já resulta em modificações, para melhor, nos hábitos alimentares.

Porém, muita gente adota comportamentos inadequados na busca obsessiva pela boa forma. Para quem está disposto malhar e ganhar saúde, elaboramos as seguintes dicas.


NÃO FAÇA:

Uso de suplementos nutricionais de forma indiscriminada: A alimentação inadequada e o uso indiscriminado de suplementos, além de não melhorar o desempenho, podem engordar e trazer riscos à saúde. Apesar do apelo de light, os suplementos contém carboidratos e proteínas, cujo excesso pode se transformar em gordura.

Inclusão de alimentos light que muitas vezes são mais calóricos: Muitas pessoas passam a substituir seus alimentos de rotina por “alimentos saudáveis”, como pão integral, queijo branco, peito de peru, frutas e barras de cereais. Mesmo sendo considerados saudáveis podem levar ao ganho de peso se não forem consumidos de maneira correta. Produtos diet e light também possuem calorias e engordam.

Comer salada e grelhado no almoço: O horário do almoço acontece em um momento de grande demanda energética. Enganar o corpo ingerindo apenas saladas e restringir nutrientes importantes para esse período, como carboidratos e proteínas, pode descompensar o corpo, o qual pode “pedir” um chocolate mais tarde, ou desencadear uma crise posterior de compulsão alimentar. O almoço deve ser leve, com pouca gordura, saladas, mas deve conter também carboidratos (como arroz, feijão, batata, massa).

Usar o horário do almoço para treinar e não comer nada: Muitos usam o horário do almoço para treinar e omitem essa refeição em um momento importante do dia (de grande gasto energético, que aumenta ainda mais somando-se as calorias gastas no treino). Isso pode levar a uma recuperação lenta, e o metabolismo fica mais lento na tentativa de economizar energia. Resultado: compulsão alimentar e maior facilidade para engordar.

Não comer após o treino: Nosso corpo precisa de energia para a atividade física e a ingestão de carboidratos e proteínas após o treino é fundamental para a recuperação muscular. Muitas pessoas optam por não comer, na tentativa de “continuar gastando gordura”, mas a má recuperação muscular pode comprometer o resultado do treino e gerar aumento indiscriminado da fome em momentos mais tardios do dia.

MUSCULAÇÃO: É BOM OU RUIM PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES?


A ideia de que a prática da musculação na infância prejudica o desenvolvimento infantil acaba de ser demolida. Numa das maiores revisões sobre o tema, especialistas do "Institute of Training Science and Sports Informatics", na Alemanha, analisaram dezenas de estudos feitos nas últimas décadas sobre treino de força para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos e concluíram que quando bem orientada, a musculação traz benefícios.

De acordo com a pesquisa, jovens que fizeram treino de resistência pelo menos duas vezes por semana, no período mínimo de um mês, apresentaram maior ganho de força do que aqueles que se exercitavam apenas uma vez por semana ou por tempos mais curtos. O resultado contraria a afirmação de que crianças e adolescentes devem evitar a musculação, porque esse exercício resultaria em baixa estatura e danos físicos, devido, por exemplo, à falta de testosterona, o hormônio que estimula o aumento de massa muscular em indivíduos adultos.

A Academia Americana de Pediatria, o Colégio Americano de Medicina Esportiva e a Sociedade Canadense de Medicina Esportiva têm reforçado que tanto crianças quanto adolescentes se beneficiam da prática de musculação. Mas é importante que as orientações dos profissionais e as regras de segurança sejam respeitadas.

Esta prática esportiva é, hoje, uma das atividades mais recomendadas, seja para quem quer emagrecer, aumentar ou definir a musculatura, como também, para quem deseja evitar lesões e algumas doenças, entre elas:

Osteoporose: A musculação estimula a produção de células ósseas fixando cálcio e aumentando a sua densidade. Atividades aeróbias de impacto, como a corrida, também oferecem este benefício, mas os exercícios com peso são mais seguros para as articulações.

Artrose (desgaste das articulações); Quando os músculos são fortalecidos, propiciam maior estabilidade as articulações, promovendo menor desgaste entre os ossos.

Diabetes: Quanto maior é a massa muscular (benefício alcançado pela musculação), maior é a queima de glicose pelo o organismo (substância que em excesso no sangue causa o diabetes).

Mas atenção! Intercale os dias de exercícios com peso, com exercícios aeróbios e faça alongamentos antes e depois das atividades. E não se esqueça que, sem dúvida, a musculação trará inúmeros benefícios. No entanto, é necessário ter disciplina, seguir a orientação de profissionais especializados e, principalmente, respeitar os seus limites.

15% DAS BRASILEIRAS COM MAIS DE 40 ANOS, TEM OSTEOPOROSE


A osteoporose é uma doença que exige cuidados sempre, muito antes que ela se manifeste. Nas mulheres, o cuidado deve ser redobrado. Um estudo estima que 15% das mulheres brasileiras com mais de 40 anos sofram com os efeitos desse mal que fragiliza os ossos.

A pesquisa feita em 2008 acompanhou 2.470 pessoas (725 homens e 1695 mulheres), usando dados do último censo para reproduzir nas proporções certas as diferentes características da sociedade brasileira. Foram levados em conta critérios geográficos – em que região a pessoa mora, e se ela vive na cidade ou no campo –, étnicos, socioeconômicos, educacionais e profissionais.

Para ele, os altos índices constituem um “problema de saúde pública”. Contudo, ele não acredita que tenha havido aumento no número de casos da doença. “Provavelmente nós não sabíamos. Esse foi o primeiro estudo com levantamento em todas as regiões do país. Antes, havia muitas pesquisas em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo, mas a gente sabe que o Brasil tem uma miscigenação muito grande”, argumenta o Dr. Marcelo de Medeiros Pinheiro, reumatologista que conduziu a pesquisa.

A doença

O critério para determinar se alguém tem indícios da doença está no tipo da lesão. “Fratura por osteoporose é aquela que decorre de uma queda menor que a própria altura, ou seja, escorregão no banheiro, tropeço na calçada”, define Pinheiro.

Esse problema é mais comum nas mulheres. “A osteoporose é marcante nas mulheres por causa da menopausa. A queda dos hormônios femininos leva a uma perda óssea acelerada em em torno de 20% a 30% das mulheres que entram na menopausa. Elas vão consumir osso. Isso ocorre porque o hormônio feminino é importante para a regulação tanto da formação quanto da destruição óssea”, explica.

Por ser causada pela queda hormonal, a osteoporose é também uma doença típica do envelhecimento. É rara até os 50 anos, mas a partir daí o risco e o número de incidências crescem exponencialmente.

Nos homens

Apesar de ser uma doença mais comum nas mulheres, a osteoporose também ocorre nos homens. Segundo a pesquisa, 13% dos homens com mais de 40 anos tiveram fraturas ligadas a ela. Entre eles, a queda de produção hormonal se dá mais tarde, e por isso o problema demora mais a se manifestar.

Se todos os cuidados forem dirigidos apenas às mulheres, há risco de que a doença se agrave no sexo masculino. “Os homens foram negligenciados por muito tempo. Tanto é que a OMS tem hoje uma projeção de que essa doença vá aumentar muito mais nos homens que nas mulheres nos próximos dez, doze anos”, observa Pinheiro.

Cuidados

A melhor maneira de se prevenir contra a doença é ingerir bastante cálcio para fortalecer os ossos. O leite e seus derivados são a principal fonte do elemento na alimentação. Verduras e peixes – sobretudo atum e salmão – são alternativas aos laticínios.

“Essa prevenção começa desde a infância. É na infância e na adolescência que a gente faz a nossa poupança de cálcio, e o principal reservatório de cálcio é o esqueleto são os ossos. O pico de aquisição, no qual a gente deve investir, é na infância e na adolescência. Depois disso, o potencial da gente diminui bastante”, relata Pinheiro. Contudo, ele ressalta que nunca é tarde para se ingerir o mineral.

Na avaliação do reumatologista, os hábitos alimentares dos brasileiros, normalmente elogiados pelos médicos por terem carboidratos, proteínas e gorduras bem balanceados, deixam a desejar em relação aos minerais – neste caso, o cálcio.

“Não faz parte do hábito cultural do brasileiro consumir alimentos ricos em cálcio de uma forma geral, a não ser quando se está na amamentação e no início da infância, quando se toma bastante leite. Depois disso, o adolescente relaciona o leite a ser bebê e começa a rejeitar um pouco o leite”, observa.

O consumo do cálcio ajuda a prevenir, mas há outros fatores que podem levar ou não à osteoporose. Fumo, sedentarismo e baixo peso aumentam o risco do surgimento da doença. Além disso, há influência genética, e pessoas com histórico na família têm maior possibilidade de desenvolvê-la. Sabe-se ainda que a incidência é maior entre pessoas de ascendência europeia ou asiática – negros têm uma estrutura óssea mais forte e são naturalmente mais protegidos.

É de se ressaltar que a osteoporose tem tratamento. Se diagnosticada no começo, a doença pode ser controlada com remédios que são considerados eficazes.