terça-feira, 8 de novembro de 2011
PLANTAS QUE EMAGRECEM
Chás, extratos de ervas, suplementos naturais... Eles estão na boca do povo e, de tempos em tempos, ganham inclusive garotas-propaganda entre as celebridades que exibem suas curvas na televisão. A impressão é que nem as plantas escapam do ritmo cíclico da moda. Não à toa, quem quer — ou precisa — perder peso costuma se dividir quando uma nova espécie está em evidência: uns a recebem com desconfiança, outros a acolhem como a fórmula secreta para vencer a contenda contra a balança. A verdade é que dá para ficar facilmente perdido diante de inúmeras promessas, na maioria das vezes rejeitadas pelos médicos.
A ciência, porém, não pode desprezar o potencial de certas plantas para integrar uma das frentes de combate à epidemia de obesidade. Embora não sejam a panaceia em matéria de perda de peso, alguns fitoterápicos já passam por testes rigorosos e demonstram seus bons efeitos. Não substituem mudanças de hábito nem, em alguns casos, outros remédios, mas sua ajuda pode ser bem-vinda na hora de afinar o corpo.
Que o diga o popular chá verde. Já existiam indícios de sua capacidade de eliminar gordura e, agora, um estudo brasileiro comprova seus préstimos em seres humanos com quilos a mais. A bebida feita com a planta Camellia sinensis foi alvo de uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, no interior paulista. A educadora física Gabrielle Aparecida Cardoso recrutou mulheres com sobrepeso ou obesidade leve, todas entre 20 e 40 anos. Elas foram divididas em quatro grupos. O primeiro tomava o chá gelado (10 gramas do pó) de manhã e à tarde. O segundo ingeria um preparo falso, o placebo. O terceiro consumia a infusão geladinha dez minutos antes de fazer musculação. E o quarto tomava a bebida fajuta antes de malhar.
"Ao compararmos os dois primeiros grupos, notamos que apenas as participantes que tomaram o chá emagreceram", conta Gabrielle. "Já entre as mulheres que se exercitaram, observamos que ambos os grupos perderam peso. Mas a redução de gordura corporal foi três vezes maior entre as voluntárias que consumiam a bebida", relata. Os dados obtidos mostram que a planta ajuda a esvaziar os redutos gordurosos, diminuir a circunferência abdominal e ainda ganhar massa muscular, dando um gás para a prática de atividade física.
O poder do chá verde parece residir sobre substâncias chamadas catequinas. "Elas inibem uma enzima que atrapalha um mecanismo de queima de gordura e, ainda, elevam o gasto energético do corpo", explica Gabrielle. Aliás, de acordo com a pesquisa, ingerir a infusão em temperatura fria teria a vantagem de torrar mais calorias. "A bebida melhora a disposição, o que incentiva o indivíduo a se mexer e, assim, emagrecer", avalia a pesquisadora.
Outro fitoterápico visitou as bancadas de laboratório depois de começar a fazer sucesso na mídia. Trata-se da pholia negra, um extrato de plantas do gênero Ilex, do qual faz parte, por exemplo, a famosa erva-mate. Suas cápsulas foram submetidas ao crivo científico em um estudo com ratos coordenado pela bióloga Maria Martha Bernardi na Universidade de São Paulo. "Dividimos os animais com sobrepeso em três grupos: o primeiro só comeu uma ração convencional, o segundo ganhou também a pholia negra e o terceiro recebeu sibutramina, remédio usado para controlar o apetite", conta a especialista em farmacologia. Após um mês, os investigadores repararam que a perda de peso foi similar nos dois últimos grupos: os ratinhos se livraram, em média, de 10% da sua massa corporal.
"Diferentemente da sibutramina, que age no sistema nervoso central, a pholia negra desacelera a atividade do estômago, fazendo com que a comida fique mais tempo lá dentro", explica Maria Martha. Dessa forma, o fitoterápico conseguiria deixar a pessoa saciada por um período maior.
Enquanto aguardamos pesquisas que avaliem o desempenho do extrato em seres humanos, vale voltar os olhos para o Oriente, de onde vem a maioria das últimas fórmulas naturais antiobesidade que chegaram ao país. É o caso das cápsulas do óleo de cártamo, cultuado há anos em países asiáticos. O suplemento, extraído das sementes dessa planta, costuma surtir efeito após seis meses — ele deve ser ingerido antes das refeições. "Seus ácidos graxos essenciais aumentam a oferta de leptina, o hormônio da saciedade", explica a nutricionista Stefania Valente da Silva, do laboratório Herbarium, um dos fabricantes do produto.
O óleo de cártamo tem ainda outro mecanismo de ação: ele ativa o tecido adiposo marrom, reserva que, de maneira diversa da famigerada gordura branca, eleva a temperatura corpórea e faz queimar calorias. "Só que o organismo gasta a energia estocada na gordura branca", diz Stefania. Da Ásia vem outro reforço pró-saciedade. O laboratório Galena trouxe para o Brasil um suplemento à base de pinho coreano, disponível na forma de sachês em farmáciasde manipulação. O óleo da planta tem uma substância que estimula a liberação de hormônios que dão sensação de barriga cheia. Quer mais? Destaque recente, a indiana Mucuna pruriens ainda está sob investigação, mas parece atuar em uma via alternativa. "Trabalhos mostram que ela eleva os níveis de um neurotransmissor ligado ao prazer, o que ajudaria a diminuir a compulsão alimentar", diz a nutricionista Andréia Naves, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, em São Paulo.
Apesar de tantas opções e expectativas, Há especialistas que continuam vendo as plantas com reservas. "Ainda faltam estudos em larga escala e dados de eficácia e segurança", diz o endocrinologista Marcio Mancini, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Do outro lado, pesquisadores querem explorar ainda mais o potencial da flora brasileira. "Estamos testando mais de 2 mil plantas amazônicas e é provável que algumas delas tenham efeito contra o excesso de peso", conta Martha, que hoje atua na Universidade Paulista. Se a natureza oferece ajuda — e a ciência aprova —, não custa aceitar.
Consulte o especialista
Um recado a todos que desejam emagrecer com o auxílio de um fitoterápico: nunca saia por aí ingerindo um produto sem a indicação e a orientação de um médico ou de um nutricionista. Lembre-se de que, em dosagens equivocadas ou misturados a remédios, os compostos das plantas podem expor o organismo a uma série de riscos, inclusive fatais. Outro aviso: jamais substitua um medicamento por uma erva com a pretensão de obter o mesmo efeito. Também não vá atrás dos conselhos dados por amigos: o que ajudou no caso deles pode ser mal tolerado pelo seu corpo. E, sempre que for ao médico, não esconda dele que faz uso de um produto à base de plantas.
Efeito sobre a ansiedade
Algumas plantas apresentam propriedades calmantes, caso da melissa e da passiflora, e, assim, em tese, poderiam ajudar algumas pessoas a suprimir aquela vontade louca de comer para aplacar os ânimos. Contudo, faltam estudos que legitimem sua eficiência no controle do apetite e do peso.
Atenção à procedência
Existem diversas versões e marcas de fitoterápicos disponíveis no mercado, a maioria com venda livre. Por isso, fique de olho nos rótulos e dê preferência a produtos fabricados por laboratórios e com selo de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
O PERIGO DOS EXERCÍCIOS IRREGULARES
Não resta dúvida por estar bem estabelecido pela ciência que exercícios regulares melhoram quase tudo na vida da gente. Se olharmos o leque da maioria das doenças conhecidas, entre as recomendações para evitá-las está a atividade física regular profissionalmente orientada.
O grande problema acontece com as pessoas que estão eternamente recomeçando. Ou seja, uma semana faz muito, na outra não faz nada. Ou então só faz no fim de semana, caso típico das peladinhas de domingo. Essas então são as principais causas de afastamento do trabalho em virtude de pequenas lesões articulares e/ou musculares. Os departamentos médicos das empresas recebem número maior de lesionados nas segundas-feiras por isso.
Seria o futebol? Claro que não. Não há problema nenhum na atividade em si. O problema se resume que não tendo uma regularidade o sujeito além de não se preocupar com a melhora do desempenho em nível cardiovascular e muscular o sujeito se machuca por não estar desenvolvendo também a agilidade, a flexibilidade e os reflexos evitando contatos físicos desnecessários em certas disputas de bola. Além disso, o futebol tem características de piques de velocidade em arrancadas rumo ao gol ou nas defesas de contra-ataque, fato que sobrecarrega o sistema cardiovascular especialmente num sujeito não preparado e pior ainda se estiver acima do peso o que não é difícil encontrarmos nessas peladas de fim de semana.
Algo parecido também acontece com os frequentadores de academia querendo emagrecer e/ou ficar forte de uma hora para outra em pouco tempo. Não vendo resultado esperado desistem e recomeçam sempre com desculpas.
Quando o corpo é submetido a uma carga qualquer de exercícios ocorre um processo de adaptação lenta, gradual e progressiva, desde que a carga seja compatível com o desempenho atual. Ninguém corre uma maratona de improviso e ninguém levanta uma carga pesada sem estar preparado para isso. É preciso lembrar que o coração também é um grande músculo sujeito às adaptações graduais às cargas de exercícios. O sujeito que vai numa academia, submete seu corpo a uma carga mais forte, libera na circulação sanguínea quantidades maiores de hormônios entre eles a adrenalina, que tem numerosos efeitos circulatórios e metabólicos visando proteção, mas em quantidades maiores aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca a níveis não desejados de estresse agudo podendo levar desde um mal estar até à morte por conta de um infarto do músculo cardíaco miocárdio.
Isso pode ser mais crítico se o sujeito tiver um histórico familiar de doenças cardíacas, for diabético, mais velho ou fumante. Os jovens não estão livres e a diferença é que pode inclusive ser mais sério levando à morte fulminante, pois o coração jovem ainda não tem a proteção da circulação alternativa em caso de obstrução numa artéria importante. Ou seja, como em tese o músculo do coração jovem é mais duro, por assim dizer, no caso de obstrução de artéria ela pode se romper porque o sangue não encontra outra passagem. No coração mais velho o sangue pode encontrar passagem nessa circulação alternativa porque o músculo já não é tão forte como do jovem e essa circulação colateral encontra-se por entre a massa cardíaca. Ela existe, só não é desenvolvida no jovem. Não é raro pessoas mais velhas infartadas serem socorridas a tempo por causa dessa circulação enquanto jovens podem morrer em infarto fulminante fazendo exercício que não estava preparado.
As mulheres mais jovens têm proteção extra que são os hormônios do grupo estrógenos razão pela qual o índice de infarto em mulheres abaixo de 45 anos é menor. Por ocasião da chegada da menopausa quando a quantidade desses hormônios diminui, a possibilidade de problemas cardíacos se iguala ao do homem.
O exercício físico regular é o que garante o bom funcionamento do coração de homens e mulheres de qualquer idade por fora e por dentro. Por fora melhorando e desobstruindo a circulação sanguínea tornando-a mais eficiente. Por dentro aumentando as câmaras cardíacas diminuindo a necessidade de o coração bater tantas vezes por minuto para um determinado esforço. Isso vale tanto para exercícios aeróbios quanto anaeróbios. Ou seja, para caminhada, corrida, natação e corrida curta rápida, como do futebol citado ou musculação. Portanto, mexa-se sempre!
EXERCÍCIOS AERÓBICOS
Aeróbico literalmente significa "com oxigênio", e refere-se ao uso de oxigênio no processo de geração de energia dos músculos. Exercícios aeróbicos incluem qualquer tipo de exercício feito em níveis moderados de intensidade, por períodos estendidos de tempo, que mantém a frequência cardíaca aumentada.
No exercício aeróbico, oxigênio é usado para "queimar" gordura e glicose a fim de produzir adenosina trifosfato, o transportador básico de energia para as células. Inicialmente durante o exercício aeróbico, glicogênio é quebrado para produzir glicose, mas na sua ausência, metabolismo de gordura é iniciado. O processo de metabolismo de gordura é mais lento e acompanhado por declínio no nível de performance. A troca para a gordura como principal fonte de energia é a principal causa do que é chamado "muro da maratona".
Há vários tipos de exercícios aeróbicos. Em geral, exercício aeróbico é aquele feito em nível de intensidade moderadamente alto por longo período de tempo. Por exemplo, correr uma distância longa em ritmo moderado é um exercício aeróbico, porém dar uma arrancada de 100 metros não é.
Entre os benefícios para a saúde de fazer regularmente exercícios aeróbicos estão:
* Fortalecimento dos músculos envolvidos na respiração.
* Fortalecimento e aumento do músculo cardíaco.
* Tonificarão da musculatura.
* Diminuição da pressão arterial.
* Elevação do número de células vermelhas do sangue.
* Melhoria da circulação sanguínea.
* Elevação das reservas de energia nos músculos, o que aumenta a resistência.
* Aumento do fluxo sanguíneo nos músculos.
Como resultado desses benefícios, exercícios aeróbicos podem reduzir o risco de morte decorrente de problemas cardiovasculares. Adicionalmente, atividades aeróbicas de alto impacto, como a corrida, podem estimular o crescimento ósseo, assim como reduzir o risco de osteoporose.
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