terça-feira, 8 de novembro de 2011

O PERIGO DOS EXERCÍCIOS IRREGULARES


Não resta dúvida por estar bem estabelecido pela ciência que exercícios regulares melhoram quase tudo na vida da gente. Se olharmos o leque da maioria das doenças conhecidas, entre as recomendações para evitá-las está a atividade física regular profissionalmente orientada.

O grande problema acontece com as pessoas que estão eternamente recomeçando. Ou seja, uma semana faz muito, na outra não faz nada. Ou então só faz no fim de semana, caso típico das peladinhas de domingo. Essas então são as principais causas de afastamento do trabalho em virtude de pequenas lesões articulares e/ou musculares. Os departamentos médicos das empresas recebem número maior de lesionados nas segundas-feiras por isso.


Seria o futebol? Claro que não. Não há problema nenhum na atividade em si. O problema se resume que não tendo uma regularidade o sujeito além de não se preocupar com a melhora do desempenho em nível cardiovascular e muscular o sujeito se machuca por não estar desenvolvendo também a agilidade, a flexibilidade e os reflexos evitando contatos físicos desnecessários em certas disputas de bola. Além disso, o futebol tem características de piques de velocidade em arrancadas rumo ao gol ou nas defesas de contra-ataque, fato que sobrecarrega o sistema cardiovascular especialmente num sujeito não preparado e pior ainda se estiver acima do peso o que não é difícil encontrarmos nessas peladas de fim de semana.


Algo parecido também acontece com os frequentadores de academia querendo emagrecer e/ou ficar forte de uma hora para outra em pouco tempo. Não vendo resultado esperado desistem e recomeçam sempre com desculpas.

Quando o corpo é submetido a uma carga qualquer de exercícios ocorre um processo de adaptação lenta, gradual e progressiva, desde que a carga seja compatível com o desempenho atual. Ninguém corre uma maratona de improviso e ninguém levanta uma carga pesada sem estar preparado para isso. É preciso lembrar que o coração também é um grande músculo sujeito às adaptações graduais às cargas de exercícios. O sujeito que vai numa academia, submete seu corpo a uma carga mais forte, libera na circulação sanguínea quantidades maiores de hormônios entre eles a adrenalina, que tem numerosos efeitos circulatórios e metabólicos visando proteção, mas em quantidades maiores aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca a níveis não desejados de estresse agudo podendo levar desde um mal estar até à morte por conta de um infarto do músculo cardíaco miocárdio.

Isso pode ser mais crítico se o sujeito tiver um histórico familiar de doenças cardíacas, for diabético, mais velho ou fumante. Os jovens não estão livres e a diferença é que pode inclusive ser mais sério levando à morte fulminante, pois o coração jovem ainda não tem a proteção da circulação alternativa em caso de obstrução numa artéria importante. Ou seja, como em tese o músculo do coração jovem é mais duro, por assim dizer, no caso de obstrução de artéria ela pode se romper porque o sangue não encontra outra passagem. No coração mais velho o sangue pode encontrar passagem nessa circulação alternativa porque o músculo já não é tão forte como do jovem e essa circulação colateral encontra-se por entre a massa cardíaca. Ela existe, só não é desenvolvida no jovem. Não é raro pessoas mais velhas infartadas serem socorridas a tempo por causa dessa circulação enquanto jovens podem morrer em infarto fulminante fazendo exercício que não estava preparado.


As mulheres mais jovens têm proteção extra que são os hormônios do grupo estrógenos razão pela qual o índice de infarto em mulheres abaixo de 45 anos é menor. Por ocasião da chegada da menopausa quando a quantidade desses hormônios diminui, a possibilidade de problemas cardíacos se iguala ao do homem.

O exercício físico regular é o que garante o bom funcionamento do coração de homens e mulheres de qualquer idade por fora e por dentro. Por fora melhorando e desobstruindo a circulação sanguínea tornando-a mais eficiente. Por dentro aumentando as câmaras cardíacas diminuindo a necessidade de o coração bater tantas vezes por minuto para um determinado esforço. Isso vale tanto para exercícios aeróbios quanto anaeróbios. Ou seja, para caminhada, corrida, natação e corrida curta rápida, como do futebol citado ou musculação. Portanto, mexa-se sempre!

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