Artigo escrito por: Alexandre Rodrigues dos Santos
Nos dias de hoje sabe-se que a tecnologia vem tomando um espaço cada vez maior na sociedade, tanto é verdade que hoje já deixamos de fazer várias coisas manualmente e passamos a nos dar ao luxo de fazê-la digitalmente,
um bom, e ótimo exemplo disso são os vidros elétricos dos carros, o
controle da televisão, e até o próprio carro. Em vez de irmos até a
televisão para trocamos de canal, trocamos sentados no conforto de nosso
sofá, e para que usar a manivela do carro se temos vidros elétricos?
Não desmereço esses “Luxos” que muitos levaram quase que uma vida de trabalho para conseguir, mas será que essa comodidade que a tecnologia nos oferece é benéfica para nossa saúde? Aí que mora o problema, pois
doenças causadas por falta de atividade física são muitos comuns
principalmente em pessoas adultas onde essa comodidade torna-se mais
acessível.
Um dos problemas que podemos identificar com a falta de atividade física ou mais tecnicamente falando “doenças hipocinéticas”,
são as doenças coronarianas especificamente a hipertensão, que além de
ser uma doença assintomática (não possui sintomas), atinge mais de 30
milhões de brasileiros e é responsável por 47% dos infartos, 54% dos
AVCs (Acidente Vascular Cerebral – derrame) e 37% dos casos de
insuficiência renal, de acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade
Brasileira de Cardiologia. Com esses dados vemos que ficar sem praticar
qualquer tipo de atividade física, é mais prejudicial do que pensávamos,
claro que a hipertensão, entre outras doenças coronarianas podem ser
adquiridas (falta de exercício, aspectos nutricionais, etc.) como também
podem ser de caráter genético (casos de cardiopatias na família).
Muitos dos indivíduos hipertensos acham
que como possuem uma doença coronariana e fazem uso medicamentoso, não
podem fazer atividades físicas, coisa que está mais que provado que não é
verdade! A prática regular de atividades físicas pode melhorar, e
muito, a qualidade de vida desse indivíduo que sofre de hipertensão, mas
essa atividade tem que ser periodizada, com intensidade volume entre
outras variáveis para que essa prática se torne benéfica, e é ai que
entra a parte do profissional de educação física.
Estudos
feitos no Brasil e nos Estados Unidos com pessoas hipertensas e não
hipertensas mostram que em atividades de 30 a 35 minutos provocam
efeitos hipotensores (queda da pressão sanguínea) que chegam a durar até
12h após o exercício, e esses níveis pressóricos variam de 13/12mmhg
(pressão sistólica). Já em indivíduos sem hipertensão essa queda
pressórica não muda ou é insignificante. Bom mas o que isso quer dizer?
Quer dizer que a atividade aeróbia para pessoas hipertensas é muito mais
eficaz do que para indivíduos com pressões sanguíneas normais, levando
em conta que o objetivo seja alcançar o efeito hipotensor.
Esses exercícios não podem ser feitos sem a liberação médica e também sem a orientação de um profissional de educação física,
e não devem de jeito nenhum substituir o remédio, sendo que a prática
de atividade serve como um complemento, que teria de ser imprescindível,
e como qualquer outro remédio que tem tempo de efeito, dias para
ingestão, tempo para próxima ingestão, o exercício seria a mesma coisa,
onde existe a dose certa e a quantidade certa.
Estudos realizados no Brasil mostram que a atividade física, para
que cause um efeito hipotensor no indivíduo basta que a atividade seja
de 30% do VO2 pico, que seria como uma caminhada de 2 a 4 km/h durante
90 min. Mas como vimos no estudo logo acima o
tempo varia de 30 a 35 minutos. Agora vejam, esses estudos mostram que
para hipertensos terem um ganho na redução da pressão arterial, eles
precisam fazer uma atividade de no mínimo 30min e no máximo 90min, em
uma velocidade de 2 a 4 km/h, intensidade relativamente pequena,
podendo ser atingido até mesmo por indivíduos sedentários.
Esses estudos têm por objetivo ilustrar
mais cientificamente o que a organização mundial da saúde (OMS) já vem
nos dizendo hávários anos, de que 30 minutos, 3 vezes por semana de uma atividade física tende a ser benéfica, pois os ganhos superam as perdas e quando comparamos exercícios aeróbios e hipertensão não há perdas.
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